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Em live, CPB apresentará uniformes com acessibilidade para Jogos de Tóquio

Pela primeira vez, os atletas vão ao evento com um uniforme desenvolvido pela própria equipe de design da confederação

Em live, CPB apresentará uniformes com acessibilidade para Jogos de Tóquio

17 de maio de 2021

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O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) apresentará os uniformes da delegação brasileira que disputará os Jogos Paralímpicos de Tóquio em uma live nos seus canais do Facebook e Youtube. Pela primeira vez, os atletas vão ao evento com um uniforme desenvolvido pela própria equipe de design do CPB e que é voltado para atender diretamente às necessidades e particularidades das deficiências dos atletas paralímpicos.

O uniforme será apresentado por Gabriela Mendonça (classe T12), João Victor (F37), Lorena Spoladore (T11), Raissa Machado (F56), Vinícius Rodrigues (T63), Washington Assis (T47), além do atleta-guia Renato Ben Hur, todos do atletismo, na Japan House, em São Paulo. A casa de cultura japonesa é a nova parceira do CPB na campanha paralímpica deste ano.

Os atletas do Brasil vestirão os novos uniformes na cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, marcada para o próximo dia 24 de agosto. A participação brasileira no Japão vai contar ainda com a parceria das Havaianas, que fornecerá calçados para a delegação.

“O importante para o atleta paralímpico é ele se sentir bem dentro do uniforme. Isso vale tanto para as cerimônias de abertura e de encerramento quanto para as provas de competição. Ao mesmo tempo, buscamos colocar um propósito nestes uniformes para que o mundo inteiro possa ver o quanto uma pessoa com deficiência pode ser veloz, ter precisão, força, técnica apurada, entre outros aspectos ligados ao esporte”, comentou Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cinco em Atenas 2004 e Pequim 2008, e presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.

“O uniforme tem uma representação muito forte para o atleta. Gostei bastante de tudo, ficou bem mais prático vestir a calça, por exemplo. Mas o que mais me atraíram foram as cores, que já vou aderir no meu corpo futuramente”, disse Vinícius Rodrigues, velocista da prova dos 100m pela classe T63 (para amputados de perna) e medalhista de bronze no Mundial de atletismo em Dubai 2019.

Entre os itens de acessibilidade colocados como acessórios, as novas peças de roupas contarão com um zíper como “puxador ergonômico”, que possibilitará o manuseio confortável e autonomia aos atletas que possuam limitação motora ou articular nas mãos. Já as calças possuem uma abertura lateral na barra para facilitar a passagem da prótese para os atletas amputados de membros inferiores. Os produtos da linha passeio, que vai contemplar todos os atletas da delegação brasileira, possuem agora uma etiqueta interna com braile, para que deficientes visuais identifiquem as cores.

“As etiquetas em braile são um grande diferencial nesta coleção. Com certeza, vai dar mais autonomia para os atletas com deficiência visual. Geralmente, tínhamos que pedir para os nossos guias nos auxiliar no momento de nos arrumar. Agora, vou conseguir preparar o uniforme sozinha”, afirmou Lorena Spoladore, medalhista de bronze nos 100m e nos 200m no Mundial de Dubai e no Parapan de Lima, ambos em 2019, pela classe T11 (atletas com deficiência visual).

“É muito importante serem realizadas iniciativas como estas do CPB em lançar uniformes acessíveis. Pensar na pessoa com deficiência na hora de desenvolver uma roupa é promover a inclusão e, ao mesmo tempo, no desempenho esportivo. Sou muito grata por participar de um momento como este”, acrescentou Raissa Rocha, campeã parapan-americana em Lima e bronze no Mundial de atletismo em Dubai no lançamento de dardo, pela classe F56 (para cadeirantes).

O Brasil já tem 127 vagas garantidas nos Jogos de Tóquio, de uma delegação estimada em 230 atletas (150 homens e 80 mulheres).

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