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Anthony Edwards, Kevin Durant, adidas e a disputa por um mercado bilionário

Publicações polêmicas fazem parte de um setor que em 2023 atingiu o patamar de US$ 2,5 bilhões

Anthony Edwards, Kevin Durant, adidas e a disputa por um mercado bilionário

05 de dezembro de 2023

4 minutos de Leitura

Na última semana, uma entrevista do ala-armador Anthony Edwards, do Minnesota Timberwolves e embaixador da adidas, reascendeu diversos debates a respeito da eterna rivalidade entre Nike e a marca alemã. Antes de detalhar o ocorrido, vale destacar o que sempre estará por trás desta briga no basquete: um mercado bilionário.

Na guerra pelos pés dos atletas da NBA, que o swoosh possui mais de 90% de participação (somando também a Jordan Brand), está um mercado global que em 2023 atingiu o patamar de US$ 2.5 bilhões, de acordo com um levantamento feito pela Rational Stat. Naturalmente, boa parte do público consumidor é influenciado pelo que os astros da liga calçam.

Ainda de acordo com a pesquisa, o mercado de tênis de basquete seguirá com uma taxa de crescimento anual composta de 5,3% nos próximos anos, atingindo US$ 3.6 bilhões de faturamento em 2030.

Voltando ao caso envolvendo Edwards, a polêmica começou quando, em entrevista ao Nice Kicks, especializado em cobertura de calçados esportivos, ele contou qual jogador gostaria de ver calçando o AE1, o primeiro tênis de sua linha exclusiva com a adidas.

O ala-armador de 22 anos, não hesitou ao responder “KD”, referindo-se a Kevin Durant, astro do Phoenix Suns e que possui acordo de patrocínio vitalício com a Nike.

“Ele está com a Nike. Gostaria de ver ele com um desses uma vez”, disse Edwards.

Vale lembrar que o atleta dos Wolves já havia declarado que Durant é o seu jogador favorito de todos os tempos porque ele sente que “são parecidos e compartilham a mesma atitude em relação ao basquete”.

Mesmo ciente de ter citado um dos maiores nomes do basquete na atualidade, a primeira escolha do Draft de 2020 fez questão de exaltar os seus modelos.

“Quero que vocês olhem para esses AEs como olharam para os Jordans. Venham comprar os meus”, acrescentou Anthony, ao site Nice Kicks.

A resposta de Kevin Durant

Naturalmente, o vídeo com a entrevista viralizou nas redes sociais e fez com que Kevin Durant, muito ativo no X, respondesse. Pouco amigável, ele publicou: “Você nunca me verá colocando um dedo nestes filhos da p…”

Pela ofensa, a adidas prontamente se posicionou, também viralizando a resposta, mas que foi apagada em seguida: “Você está só o pó e em breve vai se aposentar, de qualquer maneira”. Post deletado, mas o print é eterno.

Em seguida, a empresa ironizou referindo-se que deveria ter enviado a resposta de uma conta fake, não no seu perfil oficial: “Postei na conta errada”.

A marca alemã embarcou em um antigo caso de Durant, flagrado usando contas falsas para defender seus pontos de vista, inclusive criticando jogadores do elenco e treinador.

Recentemente, adidas falou de suas concorrentes

Ainda que a Nike detenha a maior fatia do mercado de tênis de basquete, a adidas fez grandes avanços nas últimas temporadas buscando diminuir a diferença.

Em 2015, por exemplo, “roubou” James Harden da americana a partir de um acordo de 10 anos e US$ 200 milhões. Com o passar dos anos, eles também adicionaram grandes nomes, como Damian Lillard e Trae Young.

No entanto, a contratação mais notável da divisão de basquete da adidas não foi um jogador, mas um designer de moda. Jerry Lorenzo deixou a própria Nike para encabeçar o departamento na concorrente. Desde então, tem lançado modelos de sucesso e contratado esportistas de peso.

Já em outubro deste ano, ao abordar sobre a nova linha de Edwards, a adidas chegou a criticar abertamente Nike, Jordan Brand e Puma.

“Quando olhamos para o mercado de basquete de alto desempenho, sentimos que o consumidor hoje é muito menos fiel à marca e procura novidades”, afirmou Eric Wise, gerente geral global da divisão de basquete da Adida, em entrevista ao especializado Footwear News.

“Então, vimos uma oportunidade ali, olhamos nós mesmos e dissemos: ‘Durante a última década, se formos honestos, temos sido, na melhor das hipóteses, inconsistentes. Queríamos voltar a ser a melhor versão da Adidas’”, finalizou o executivo.

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