Coluna

Endrick: Mundial ou Disney? (Parte 3)

Atleta atendeu ao pedido feito por Abel Ferreira e se fortaleceu comercialmente

Endrick: Mundial ou Disney? (Parte 3)
Foto: Cesar Greco/Palmeiras

21 de fevereiro de 2024

4 minutos de Leitura

Fábio Wolff
Fábio Wolff
Fábio Wolff é sócio-diretor da Wolff Sports, e professor em cursos de MBA em Gestão e Marketing Esportivo na Trevisan Escola de Negócios

Apesar de ter apenas 15 anos de idade à época e atuando pelas categorias de base, muitos torcedores do Palmeiras pediram a convocação do Endrick ao Abel Ferreira para que jogasse o Mundial de Clubes em fevereiro de 2022.

O curioso é que o atleta não poderia participar da equipe profissional em campeonatos locais, mas as regras da FIFA permitiam que ele jogasse o Mundial.

Apesar dos inúmeros pedidos, Abel disse que o atleta era muito jovem e que deveria ir para a Disney. Pois bem, o Endrick foi para a Disney.

O Palmeiras perdeu a final para o Chelsea e a imprensa queria muito falar com o Endrick. Pensando nisso, planejamos o evento de lançamento do patrocínio da Odontocompany. Sem darmos “spoiler”, o convite enviado à imprensa informava “o Endrick quer falar com você”.

Com o auditório do Museu do Futebol totalmente lotado, apresentamos o patrocínio mais precoce da história do futebol brasileiro, exceto no que tange a material esportivo.

O evento foi um sucesso tão grande que à saída, o Dr. Paulo, Presidente da Odontocompany, virou para mim e disse “esse evento já pagou o patrocínio”. A notícia rodou o mundo!

A programação do jovem atleta para os meses seguintes seria de competições de base e de um torneio em Montaigu na França, o qual o Brasil não conquistava há 38 anos.  Depois da visibilidade gigante obtida através do título inédito na Copa SP, era natural que Endrick sumisse um pouco da mídia, porém, ledo engano.

O Brasil ganhou da Argentina na final e o torneio francês, um tanto quanto desconhecido ganhou uma enorme visibilidade, a ponto de uma foto que o Endrick tirou no final da partida viralizar mundo a fora, muitos compararam com uma célebre foto tirada do Pelé ao final da Copa de 70. Vale destacar que o Endrick foi eleito o melhor jogador e artilheiro do torneio

Em uma semana na França, Endrick ganhou no Instagram mais de 100 mil seguidores, a grande maioria de estrangeiros.

Fenômeno dentro do campo, já se demonstrava fora dele também. Praticamente todo dia, mesmo atuando nas categorias de base, o Endrick era notícia nacional e internacionalmente.

Rosto mais jovem a ser capa da revista Placar e de inúmeros periódicos importantes da Espanha, como o Marca e o Sport.

Os meses que se seguiram foram de títulos importantes como a Copa do Brasil Sub 17, Campeonato Brasileiro Sub 20, além de recordes e feitos históricos.

Todas estas conquistas tornaram o nosso trabalho mais fácil, afinal a grande dificuldade é dar visibilidade ao atleta, ainda mais nas categorias de base.

O nosso trabalho de prospecção do mercado proporcionou mais um patrocinador ao Endrick. Em julho de 2022, fechamos um contrato de 3 anos com o Rei do Pitaco, de fantasy league.

O mercado aos poucos começou a perceber que se travava de um case diferente. Apesar do trabalho incansável de prospecção, aos poucos começamos a receber a atenção das empresas.

Em 2022 dissemos não a uma dezena de grandes empresas, algumas delas entre as 30 maiores do Brasil, que buscavam o Endrick para campanhas pontuais, até mesmo as voltadas para a Copa do Mundo de 2022. As premissas estabelecidas e mencionadas nas colunas anteriores (partes 1 e 2) tinham que ser fielmente seguidas se o nosso objetivo era, de fato, o de construir um case diferenciado.

Na próxima coluna, vamos falar do GRAAC, a estreia como profissional, a transferência para o Real Madrid e como o planejamento de imagem foi sendo replanejado ao longo desse período.

Espero vocês lá!

(Leia também as partes 1 e 2 deste especial)

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