Coluna

Transmissões alternativas: a obrigatoriedade de ir além na ‘Era da Atenção’

O modelo de concentrar a audiência em um só local tem sido substituído pela pulverização do conteúdo em diversas plataformas

Transmissões alternativas: a obrigatoriedade de ir além na ‘Era da Atenção’

14 de setembro de 2023

3 minutos de Leitura

Eduardo Esteves
Eduardo Esteves
Fundador do MKTEsportivo

As transmissões alternativas, especialmente aquelas com aprimoramentos de computação gráfica projetadas para atrair os telespectadores mais jovens, têm sido cada vez mais um elemento básico no cenário da TV esportiva. De todas as organizações, a NFL tem se destacado no quesito.

A primeira aposta ocorreu em parceria com a Nickelodeon. O duelo New Orleans Saints x Chicago Bears em um jogo da rodada wild card da NFC de 2020, teve uma média de 2.06 milhões de fãs. Já o jogo de Natal da última temporada entre o Denver Broncos e o Los Angeles Rams teve uma média de 906 mil.

Diante do sucesso, a NFL e a CBS Sports anunciaram que o Super Bowl da atual temporada terá uma transmissão alternativa voltada para crianças novamente em parceria com a Nickelodeon.

Agora, dando mais um passo em sua estratégia, será a vez do universo de Toy Story entrar em campo. O jogo de 1º de outubro entre Jacksonville Jaguars e Atlanta Falcons será o ‘Toy Story Funday Football’. O duelo faz parte da série anual de jogos internacionais da NFL e acontecerá no lendário Wembley, em Londres.

Trazendo outros exemplos, a Disney explorou suas próprias propriedades nos últimos anos, apresentando ofertas como um jogo da NBA com tema da Marvel, e levou os personagens do Big City Greens para o duelo entre Washington Capitals e New York Rangers, pela temporada regular da NHL. No Brasil, uma experiência da Turma da Mônica no Paulistão.

Essas iniciativas, em comum, buscam construir o público que irá garantir contratos bilionários nas negociações seguintes, bem como o consumo de licenciamentos e ingressos.

Já se tornou quase que uma obrigatoriedade os donos de direitos buscarem formatos diferentes para levar o carro-chefe do esporte, ou seja, as partidas ao vivo, aos seus fãs. Com um mundo de possibilidades na palma das nossas mãos, exigimos ofertas que estejam de acordo com nossos gostos e preferências. Neste cenário, entra a famosa “Era da Atenção”, que dentro dela, o modelo tradicional de transmissão já não consegue agradar a todos.

Assim – e temos visto isso no Brasil e a CazéTV talvez seja o maior exemplo – o modelo de concentrar a audiência em um só local tem sido substituído pela pulverização do conteúdo em diversas plataformas.

As iniciativas da Nick e Disney são fundamentais para atrair a atenção de uma nova geração, mas é preciso ir além de personagens infantis e elementos gráficos na tela. O convite à interatividade, à gamificação, para fazer com que aquele fã mais novo seja parte fundamental do que ele está consumindo, se faz mais necessário.

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