A Arábia Saudita tem um plano e ele segue em constante construção. O MKTEsportivo já aborda este tema de maneira exclusiva desde o início do ano. O desembarque de Cristiano Ronaldo no Al-Nassr apenas deu ainda mais luz ao ambicioso projeto: o de ser uma potência esportiva global.
Os meses passaram e CR7 no clube saudita acabou por servir como um desbravador de caminhos. Depois dele, foram contratados nomes de peso, como Benzema, Kanté, Mendy, Sadio Mané, Mahrez, Fabinho, Jordan Henderson, Alex Telles, Roberto Firmino e, mais recentemente, Neymar.
O protagonismo do Fundo de Investimento Público (sigla em inglês PIF)
Importante destacar que o plano da Arábia Saudita não se limite ao futebol. Há alguns anos, o país do Oriente Médio vem investindo pesado em diferentes modalidades, como tênis, golfe, Fórmula 1 (via petrolífera estatal Aramco) e eSports. Uma nova empresa para tais investimentos foi lançada.
O desejo por ser protagonista do esporte é tamanho que uma nação localizada no meio do deserto escaldante será sede dos Jogos Asiáticos de Inverno de 2029, com direito a uma cidade nevada que será construída para a ocasião. Por fim, o país fechou com a Fifa para sediar o Mundial de Clubes em 2023.
O Al-Hilal de Neymar, por exemplo, é controlado pelo Fundo de Investimento Público do país (sigla em inglês PIF). Além dele, controla outros três grandes clubes da Arábia Saudita (Al-Nassr, de Cristiano Ronaldo; Al-Ittihad, de Benzema; e Al-Ahli Saudi, de Firmino), além de ser o principal investidor da LIV Golf, acionista majoritário do Newcastle, da Inglaterra, e dono da Riyadh Air, empresa que acaba de se tornar patrocinadora máster do Atlético de Madrid.
Esporte para mudar imagem
O esporte, hoje, tem um papel fundamental de tentar aliviar as diversas críticas sofridas pelo regime ditatorial da Arábia Saudita, marcado por perseguições a dissidentes políticos e também a mulheres, comunidade LGBTQIA+ e minorias religiosas.
“Rival” de Cristiano Ronaldo, Lionel Messi passou a promover a Arábia Saudita como destino turístico.
Neste contexto de se posicionar como um país “amigável”, a Liga Saudita de Futebol (divulgada globalmente como Saudi Pro League) será exibida por mais de 130 emissoras ao redor do mundo. No Brasil, estará na grade da Band e BandSports.
A comercialização dos direitos de transmissão da competição é feita pela IMG.
Clubes e patrocinadores
Segundo o especializado Transfermarkt, os 18 clubes que disputarão a temporada 2023/2024 da Liga Saudita de Futebol contam com 142 jogadores estrangeiros. Os valores de mercado de todos os atletas somados estão avaliados em € 843 milhões.
Os elencos mais caros são do Al-Hilal, de Neymar, cotado em € 221,2 milhões, e o do Al-Nassr, de Cristiano Ronaldo, avaliado em € 152,98 milhões.
Entre os parceiros comerciais da temporada 2023/2024 predominam empresas estatais. A máster é a empreiteira Roshn, que pertencente ao PIF e que está à frente dos principais projetos habitacionais no país.
A Associação Beneficente Amigos dos Jogadores de Futebol, que funciona sob a supervisão do Ministério de Recursos Humanos e Desenvolvimento Social, também é parceira da competição. O Banco Alinma, que foi criado com investimentos do PIF, da Agência de Pensões Públicas da Arábia Saudita (PPA) e da Organização Geral de Seguro Social da Arábia Saudita (GOSI), também.
De fora da região, a EA Sports, que utiliza os holofotes desta temporada do campeonato para promover o seu último jogo FIFA, antes da mudança para o EA Sports FC.
